Benção da Pedra Fundamental da nossa igreja de Nossa Senhora da Conceição

Com efeito, uma vez que a oração pública da Igreja recomenda à Deus a construção de um templo, já não pode este mais ser visto como uma obra humana.Ao mesmo tempo, cada fiel desta Capela, cada um de vocês, espalhados pelo Brasil e mesmo no exterior, que acompanham com suas orações, com suas mensagens, eletrônicas ou convencionais, nossos passos de construtores, passa a ter, a partir deste dia, a responsabilidade de procurar estar à altura do dom de Deus. Isso significa busca de Deus, contemplar sua face na oração contínua, no dever bem cumprido, na "caridade que é o vínculo da perfeição". 

Cumprir o primeiro mandamento de sua Santa Lei,  a ordem dada a todos os homens de amá-Lo acima de tudo; esta ordem explicada por Jesus Cristo, quando diz que amar a Deus significa cumprir os seus mandamentos. A cerimônia de Bênção e Lançamento da Pedra Fundamental começa com a leitura da Ata de Fundação da igreja em obra.

Eis o texto:

Ata da Cerimônia de Bênção e Lançamento da Pedra Fundamental da Igreja Nossa Senhora da Conceição

No ano de graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2000, aos 30 do mês de setembro, na sede da Associação Capela Nossa Senhora da Conceição, (...) sob a Presidência do celebrante convidado, Revmo Dom Tomás de Aquino Ferreira da Costa O.S.B., prior do Mosteiro da Santa Cruz de Nova Friburgo, R.J., representando o bispo protetor desta Associação, Sua Excia Dom Alfonso de Galarreta, da Fraternidade São Pio X, sob o Pontificado de Sua Santidade o Papa João Paulo II, sendo Arcebispo desta Diocese de Niterói Sua Excia Dom Carlos Alberto Navarro; sendo Presidente da República o Exmo Sr. Fernando Henrique Cardoso e Magistrado Principal desta cidade o Exmo Sr. Jorge Roberto da Silveira, sendo Presidente desta Associação o Revmo Dom Lourenço Fleichman O.S.B., e diretor o Exmo Sr. Sérgio Murilo da Silva, reuniram-se os fiéis sócios e amigos para a Bênção e Lançamento da Pedra Fundamental da Igreja Nossa Senhora da Conceição.  Fato este que se realiza trinta e cinco anos após o término do Concílio Vaticano II, início dos males que afligem a Santa Igreja e que perduram até nos dias de hoje; obrigando aos fiéis a construir suas igrejas e a promover a celebração da Santa Missa Tridentina na marginalidade, como único meio de preservar a sua Fé. Este foi o exemplo de Fé deixado por Sua Excia Dom Marcel Lefebvre, fundador da Fraternidade São Pio X e por Sua Excia Dom Antônio de Castro Mayer, bispo de Campos, R.J. graças aos quais chegamos neste dia tendo perseverado na Fé e na Doutrina Católica. E disso, os abaixo assinados e todos os presentes querem aqui dar testemunho.

Estabelecei, Senhor Jesus Cristo, um sinal de salvação neste lugar: e não permitais que nele entre o anjo inimigo.
Esta é a antífona inicial, que é seguida do belíssimo salmo 83, que começa assim:

Como são amáveis as vossas moradas, Senhor dos exércitos!
Minha alma desfalecida se consome suspirando pelos átrios do Senhor

Em seguida o celebrante benze a cruz:

Senhor Deus que não podeis ser limitado nem pelo céu nem pela terra, dignai-vos possuir uma morada nesta terra onde vosso nome será para sempre invocado: nós vos pedimos que,  pelos méritos eficazes da Bem-aventurada Virgem Maria  e de todos os santos visitai este lugar com as serenas intenções de vossa bondade, e pela infusão da vossa graça purificai-o de toda mancha e conservai-o na pureza; e assim como vosso amado Davi realizou o ardente desejo de construir vosso Templo por seu filho Salomão, dignai-vos realizar o nosso desejo desta obra, afastando dela toda a iniqüidade espiritual. Por Cristo Nosso Senhor. R/ Amém

Aproximando-se da pedra, ele a benze:

Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus vivo, que sois o verdadeiro e onipotente Deus, esplendor e imagem eterna do Pai e a vida eterna: que sois a pedra angular talhada da montanha não por mão humana, e imutável fundamento: confirmai esta lápide aqui colocada em vosso nome: e vós, que sois o princípio e o fim, no qual princípio Deus Pai tudo criou no início, sede, nós vos pedimos, o princípio, o desenvolvimento e a consumação desta obra que ora começa para glória e louvor do vosso nome. Que com o Pai e o Espírito Santo viveis e reinais, Deus, por todos os séculos dos séculos. R/Amém

Com um cinzel, o sacerdote marca a pedra com uma cruz em cada uma das suas faces, dizendo: Em nome do Pai  e do Filho  e do Espírito Santo   R/ Amém

Vem então uma oração especial pelos benfeitores:

Abençoai, Senhor, esta criatura lápide e fazei, pela invocação do vosso Santo nome: que, todos os que ajudarem com coração puro na edificação desta igreja alcancem a saúde do corpo e a ajuda na alma. Por Cristo Nosso Senhor. R/Amém

E como sempre acontece nas grandes cerimônias, segue um momento de oração mais profunda e contemplativa, com a recitação das Ladainhas de Todos os Santos, onde o ora pro nobis repetitivo lança o espírito no silêncio de Deus.

Terminada as Ladainhas, prepara-se o cimento, enquanto se canta;

Pela manhã, levantando-se Jacó, erigiu uma pedra como padrão: derramando óleo sobre ela fez um voto ao Senhor: Verdadeiramente este lugar é santo e eu o ignorava...e o salmo 126, que começa assim:
Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem.

Terminado o salmo o celebrante toca na pedra dizendo:

Pela Fé em Jesus Cristo colocamos esta Primeira Lápide nesta fundação, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo: para que vigore aqui  a verdadeira fé, o temor de Deus e o amor fraternal; e que seja este lugar destinado à oração e para invocar e louvar o nome do mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor, que com o Pai e o Espírito Santo vive e reina por todos os séculos dos séculos. R/ Amém

O pedreiro sela a pedra com cimento. O celebrante derrama água benta sobre ela dizendo:

Aspergi-me, Senhor, com o hissopo e serei purificado; lavar-me-eis  e ficarei mais branco que a neve.
E reza o salmo 50

Depois o celebrante entoa a antífona seguinte e circula pela igreja aspergindo as fundações:

Como é terrível este lugar; é verdadeiramente a casa de Deus e a porta do céu.
Terminada a aspersão, repete-se a antífona e reza-se as orações finais.

Deus onipotente e misericordioso que dais à vosso sacerdotes uma graça tão grande que em vosso nome se realiza por eles de modo digno e perfeito o que a fé atribui à vosso poder, suplicamos à vossa imensa clemência que assim como visitamos visiteis, e como abençoamos abençoeis: e que se dê nesta nossa humilde presença, pelos méritos dos vossos santos, a fuga dos demônios e a entrada dos anjos da paz. R/ Amém.

Ó Deus que fizestes da coabitação de todos os santos a morada de vossa eterna majestade, dai a esta edificação o vosso vigor celeste; a fim de que o que foi fundado por vosso mandamento seja terminado por vossa graça. Por Cristo Nosso Senhor.   R/Amém

E assim termina a bênção. É importante notar a elevação destas orações, seu caráter sobrenatural, vertical, de uma sublimidade que não é deste mundo. Tudo nos mostra a presença de Deus neste lugar doravante santo, lugar terrível e cheio da majestade divina, lugar de oração, morada de Deus. Felizes aqueles que podem se aproximar de uma igreja, cuidar de sua limpeza, de seus objetos sagrados. Felizes os rapazes e crianças que são chamados a subir ao altar, para ajudar na santa Liturgia, ali, pertinho do padre, deste sacerdote que abençoa como Jesus abençoa, que visita como Jesus visita, que consagra o Pão da Vida, o Pão dos anjos feito alimento dos viajantes (estamos à caminho da Pátria Celeste)

Que todos os nossos amigos, benfeitores, visitantes, saibam que estão diante de uma obra abençoada pela Igreja, consagrada a Deus e à sua Santíssima Mãe, Nossa Senhora da Conceição.

Dom Lourenço Fleichman OSB