A QUARTA FEIRA DE CINZAS

Pe. Emmanuel-André

 

Hoje, as cinzas. Aos outros dias, outros pensamentos; aos outros dias, as festas alegres, as lembranças cheias de encantos. Hoje, as cinzas.

 

Toda vaidade desaparece, toda a carne se dissipa: não há senão cinzas. Cinzas nós somos, e às cinzas havemos de voltar.

 

Lembremo-nos disso! A Igreja nos adverte: “Lembra-te, ó homem, que és pó, e que em pó te hás de tornar.”

 

Que advertência! Que lição! Como o pecado poderá subsistir após um tal repente de amor?

 

* * *

 

À advertência de nossa Mãe, a Santa Igreja, nós não temos outra resposta a dar que o ato de contrição.

 

Ato de contrição, ou seja, o aniquilamento completo do coração; colocar no pó, nas cinzas, tudo aquilo que ofendeu a Deus.

 

Sejamos, portanto, contritos, sejamos aniquilados: mas desta contrição que salva, deste aniquilamento que remete a alma ao seio da misericórdia de Deus.

 

Digamos a Deus, tende piedade de mim; acrescentemos, segundo a vossa misericórdia, que é grande. — Miserere mei, Deus, secundum magnam misericordiam tuam.