Em defesa do Celibato Sacerdotal

Dom Lourenço Fleichman OSB

Diante da campanha mundial pela abolição da castidade do padre, venho lançar, na nossa desconhecida e apagada página internet, uma campanha pela santidade do clero. Todos os que tiverem textos dos santos defendendo a vida sacerdotal, podem enviá-los para inclusão no nosso dossiê.

É preciso uma sociedade pervertida e incrédula para desejar que seus padres não sejam castos. É preciso um mundo sem fé para querer que o padre desvie sua atenção do essencial, a cura e a salvação das almas. É preciso décadas de destruição do catolicismo, por obra do demônio, para que o padre, sacerdote de Cristo, o homem de Deus, seja tão rebaixado como tem sido. Já não sabem mais o que é um verdadeiro sacerdote. Já não o querem mais.

De um lado, os homens não querem o padre santo e casto porque assim poderão, os leigos, pecar mais livremente. Não vivendo ele a santa castidade, não terá como exigir dos seus o esforço necessário para a santidade da família. Por outro lado, os próprios padres, traindo sua vocação, também buscam libertar-se do jugo da virtude para legalizar a vida torpe que já levam. Mais um fruto amargo do Concílio Vaticano II. E pensar que nos anos 60 os bispos diziam que pretendiam melhores resultados com a "abertura ao mundo". Abriram tanto que caíram dentro do buraco. E então, aplicou-se, na vida da sociedade católica, o terrível adágio:

padre santo - fiéis fervorosos
padre fervoroso - fiéis piedosos
padre piedoso - fiéis tíbios
padre tíbio - fiéis ímpios.

Escrever e pregar sobre a castidade dos sacerdotes deveria ser uma grande alegria para qualquer padre. Deveria ser com galhardia e emoção que o padre ensinaria a seus filhos as grandezas da sua vocação. Com o espírito elevado na paz da Cruz de Cristo, o pastor  explicaria que essa dedicação perpétua era para ele a razão de ser de sua vida sacerdotal. As ovelhas, por sua vez, deveriam curvar-se discretamente na admiração e no amor por seus pastores que largaram o mundo para dedicar-se à salvação das almas deles mesmos. Como agradecer? Como recompensar a estes homens santos que se deram à morte ao mundo para que os homens tivessem a vida do céu? E com quantas orações não agradeceriam e não agradeciam outrora as famílias católicas, por terem recebido tanto dos seus padres? Nessa época era verdadeiro dizer que o respeito era devido a todos os padres, mesmo aos de temperamento mais difícil, pois o que se ganhava era sempre mais do que se podia receber de desagradável num gesto, numa resposta ríspida ou numa injustiça.  Não importava tanto. Ele gritava, mas era casto. Ele tinha a cara amarrada, mas acordava pela madrugada para rezar por seus filhos.

Que venham os santos do Paraíso, reúnam-se num concílio celestial. Venham visitar os homens e analisar o seu modo de vida. Que venha, hoje, à terra, São Cura d´Ars, São Pio X, São Vicente de Paula, os santos jesuítas que construíram o Brasil católico e todos os santos sacerdotes. Venham e ouçam o que dizem os bispos que hoje vivem sobre a terra. Ouçam o que eles dizem sobre as dificuldades de se viver na santa castidade, e os julguem. Os senhores viveram como eles, dedicaram-se mais do que eles à salvação das almas, ao zelo pelas coisas santas, à defesa dos direitos da Santa Igreja. Pois ouçam esta linguagem mundana e digam aos homens o que pensar dos descalabros que esses bispos inventam para justificar o pecado da carne. Tragam pois o testemunho de suas vidas ilibadas, já que o mundo inteiro se lança frenético numa campanha para legalizar o pecado e o sacrilégio dos seus clérigos.

Já rebaixaram a fé a um simples sentimento religioso sujeito à opção de cada um.
Já rebaixaram a família a um jogo de relacionamentos numerosos e irresponsáveis.
Já rebaixaram a Pátria à massa disforme e violenta guiada pela propaganda política.
Já rebaixaram a criança inocente a um objeto que a mãe arranca de si e joga fora.
Já rebaixaram a vida conjugal ao prazer carnal bestial e anti-natural.

Agora eles se atracam ao santo, ao padre, ao homem de Deus. Hipnotizaram os padres com quarenta anos de uma religião mundana, saída de Vaticano II, para que hoje, eles mesmos, já contaminados e cegos, clamassem pedindo que o Inferno lhes seja outorgado. Pois é isto que eles vão ter, se continuarem lutando para sujar o sagrado com o pecado da carne. Não se lança pérolas aos porcos.

É assim que vamos procurar, em breve, aprofundar a verdade sobre o celibato sacerdotal, que Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu para os seus sacerdotes, como prumo, como padrão, como cruz, para que a Palavra do Evangelho não sofresse impedimento no árduo trabalho missionário, de levar a fé salvífica a todos os confins da terra. (segue)

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